Uma das causas mais influentes de nossa
infelicidade é a inveja.
Falar de inveja é falar de comparação.
Quando uma pessoa se compara a outra e
se sente inferior, em algum aspecto está com inveja.
Eu não estou dizendo que toda vez que você
se compara a alguém está com inveja,
estou dizendo que nunca poderá haver
o sentimento de inveja se não houver a comparação.
Inveja é a vivência de um sentimento interior
sob a forma de frustração, de tristeza,
de mal-estar, por nos sentirmos menos do que outros,
por não sermos o que os outros são.
É o desequilibro íntimo oriundo de
um sentimento de inferioridade,
fruto da comparação que se faz
em relação à outra pessoa em algum aspecto específico.
Quando impedimos que alguém se desenvolva
estamos tentando esconder todas as
nossas frustrações pessoais e,
principalmente, o prestar contas com nosso próprio
potencial não efetuado. Aferir nosso potencial
perante outrem sempre será doloroso e
quanto maior for o sentimento de estarmos
aquém de alguma expectativa ou de determinada pessoa,
maior será a possibilidade de se deflagrar
um sentimento de inveja. Em algumas ocasiões
perdemos o controle, então, surge a vingança.
Infelizmente isto se dissemina muito mais rapidamente
no mundo corporativo e quanto maior
for o complexo de inferioridade de uma pessoa
mais combustível é liberado para aumentar a chama da inveja,
naturalmente, para aquelas pessoas que são fracas.
O efeito colateral disso, é que a cada dia fica
mais difícil criar um clima psicológico saudável,
e acabamos sendo vítimas da sabotagem social e pessoal.
A verdade é que muitas pessoas não estão preparadas para
administrar suas próprias frustrações e
ficam absortas pela fúria quando as coisas
não saem como planejaram.
O motivo é que estas pessoas não possuem nenhum treino
para a contrariedade ou crítica, seja construtiva ou não,
é muito difícil para elas admitir o sucesso de uma outra pessoa e
o sentimento resultante é a inveja.
O invejoso não inveja o que é de uma outra pessoa,
mas o que esta pessoa é. As pessoas sempre procuram se
identificar com o vencedor e muitas sofrem de um terrível
medo de a cada dia estar mais distante desse ideal internalizado.
Na verdade, a compaixão não é tanto pelo fracasso de não
conseguir os mesmos resultados de uma pessoa de sucesso,
mas, principalmente, autopiedade por toda a sua insegurança.
A inveja é um dos sentimentos mais difíceis de ser aceito
pelo ser humano, embora em nossos tempos e nos meios
corporativos talvez seja o mais vivenciado,
quando deveria ser o contrário onde a amizade,
o companheirismo, a ajuda mútua deveriam caminhar
paralelamente. Se desde cedo o ser humano não aprender
que existirá sempre um muro para o desenvolvimento pleno,
com certeza cedo ou tarde as coisas se complicarão.
No fundo, no fundo, em cada sentimento de inveja
existe o sentimento de admiração.
O invejoso quando vê alguém que deveria admirar,
tende a diminuir esta pessoa.
Por isso é preciso perdoar.
Perdoar sempre é e será um ato que
implica o extremo peso do passado, mas,
a pessoa tem que estar ciente e consciente de que
haverá sempre uma energia extra e
por respeito ao seu íntimo deve prosseguir,
e afinal, eu não dizendo que devemos esquecer,
pois,
perdoar não é esquecer.
É viver em paz.
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